Papa Francisco: “Sois gestores, não proprietários”

Assumir o protagonismo juvenil dentro da Associação da Juventude Mariana Vicentina pressupõe o compromisso de se fazer uma gestão efetiva, transparente, ética e responsável. Assim, garantiremos e cumpriremos os objetivos da JMV, definidos pelos seus membros e administrada pelos diferentes níveis em que se organizam as nossas estruturas de governo, tendo como base a nossa cristocentricidade, eclesialidade carisma vicentino e espiritualidade mariana.

Segundo Peter Drucker, importante escritor austríaco, “o trabalho do administrador pode ser definido como planejar, organizar, ajustar, medir e formar pessoas”, e não é isso a que nos propomos quando assumimos funções dentro da JMV em seus vários conselhos? Enquanto uma Associação eclesial essa responsabilidade nos é direcionada pelo Cânone 319, Código de Direito Canônico, que diz o seguinte: “ § 1. Uma associação pública legitimamente erigida (…) administra os bens que possui, de acordo com os seus estatutos, (…) deve anualmente prestar contas da administração. § 2. Deve também (…) fazer uma fiel prestação de contas da aplicação das ofertas e óbolos recebidos.“

Jesus Cristo é para nós uma grande referência, pois ao longo de seu projeto de vida, soube articular bem os recursos necessários para empreender o plano salvífico do Pai em favor do bem comum. São Vicente de Paulo também foi exemplo. Ele que é o grande organizador das caridades e esteve muito atento a isto em todas as suas ações, sendo definido pelo Papa João Paulo II como: “Homem de ação e de oração, de organização e de imaginação, de comando e de humildade, Homem de ontem e de hoje.” Que sempre nos alerta: “Tenham muito cuidado ao administrar os bens dos pobres e os vossos…” (S. Vicente de Paulo).

Nesse sentido, como JMV Internacional, assumimos compromissos concretos em nosso Documento Final da última Assembleia Geral. Trabalhados por cada um dos níveis, conseguiremos alcançar globalmente uma gestão assertiva, clara, organizada, transparente e ética, principalmente no que diz respeito à gestão dos bens e financiamento da nossa Associação. São eles: 5.1 Fomentaremos o trabalho em forma de projetos, de modo que sejamos cada vez mais eficazes no serviço aos jovens e aos pobres. 5.2 Favoreceremos as parcerias, promovendo o enriquecimento mútuo, as relações fraternas e a solidariedade para que haja intercâmbio de experiências, materiais e compromissos reais. 5.3 Promoveremos uma gestão econômica transparente, para que a contabilidade da Associação seja reveladora do sentido de corresponsabilidade e do “bem comum”.

 Quero convidar especialmente cada um dos membros dos conselhos locais, regionais, provinciais e nacionais a aprofundarem essa reflexão através do documento Sejamos Solidários. O livro está disponível para compra no Secretariado Internacional e, a partir das diferentes realidades, poderá a organizar o seu trabalho de gestão da JMV em forma de projetos, sob as luzes do Documento Final da IV Assembleia Geral Internacional.

Rafael Cruz

Conselheiro de América